No julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que absolveu o governador Cláudio Castro (PL); o vice, Thiago Pampolha (MDB); e o presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União Brasil); praticamente todos os desembargadores citaram a importância da imprensa. Mas, também deixaram claro que um processo judicial não poderia ser baseado nas reportagens veiculadas sobre o assunto.
Moral da corte: jornalista informa, mas não é notícia, muito menos testemunha.
Sem surpresas
De onde se espera, é que vem mesmo. O desembargador Marcello Granado não decepcionou a banca de apostas que dava como pule de dez o voto contrário ao relator Peterson Barroso Simão.
Granado abriu dizendo estar com sinusite e já se desculpando, caso tossisse durante a leitura do voto.
Mas que nada. Falou durante mais de uma hora, seguidinha, sobre a falta de provas do uso eleitoreiro das contratações secretas do Ceperj e da Uerj. Se houve interrupção, foi só para um gole de água.
Nenhuma tossidinha.
Alongamento
Enquanto Granado falava sem parar, os coleguinhas se coçavam, esticavam os pescoços, reviravam os olhinhos. A pior coisa para os magistrados foi a invenção da transmissão ao vivo e online das sessões.
Não tem mais como disfarçar o tédio.
Tese vitoriosa
Gerardo Carnevale e, principalmente, Granado citaram textualmente afirmações da defesa do governador Cláudio Castro (inclusive os números da “acachapante votação”) em seus votos. Frases inteiras, com pequenas variações, das alegações finais.
O advogado Eduardo Damian fazendo escola…
Tretaaaa!
O desembargador relator (e corregedor eleitoral) Peterson Barroso Simão não gostou nadica das criticas de Granado ao seu voto e pediu a palavra. Disse que a deusa Themis — divindade grega por meio da qual a justiça é definida — espera dele a imparcialidade, mas não que deixe de ver a realidade.
“Trabalho para honrar a minha toga, a verdade e a Justiça”, disse, para lá de zangado.
Granado, o novato da turma, ouvir a reprimenda e não pediu tréplica.
Os rapidinhos
Os desembargadores Daniela Bandeira e Gerado Carnevale quase ganharam beijos de seus pares. Não pelos votos (cada um votou para um lado). Mas pelo fato de terem falado só durante enxutos 25 minutinhos. Kátia Junqueira e o presidente Henrique Carlos de Andrade Figueira, então, foram mais do que breves.
Um oásis de concisão, ainda mais quando comparado aos que os antecederam.
No fim das contas, deve ser isso que classificam como Justiça rápida.
O sistema sem novidades…..