A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) prendeu um suspeito de negociar armas furtadas do arsenal do Exército no ano passado. Luiz Cláudio Severo dos Santos estava na comunidade do Quitungo, na Zona Norte do Rio, quando foi preso pelos agentes na manhã desta terça-feira (07).
Luiz Cláudio é apontado como um dos negociantes das 21 metralhadoras de guerra furtadas do arsenal do Exército em Barueri, na Grande São Paulo. No histórico bancário dele, foram identificadas transações suspeitas com Jesser Marques Fidelix, o Jessé, preso no dia 11 de abril acusado de negociar as armas com o Comando Vermelho e milícias da Zona Oeste. As investigações concluíram que Luiz fazia parte de um grande esquema de lavagem de dinheiro.
O suspeito possui ainda outras anotações criminais por lesão corporal e estava em liberdade provisória em um processo por estelionato e associação criminosa.
Relembre o caso
Em 10 outubro de 2023, militares do Arsenal de Guerra do Exército, em Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, tornaram público o sumiço de 21 metralhadoras, sendo 13 delas de calibre 50, do tipo antiaérea; e outras oito de calibre 7,62.
Uma investigação conduzida pela própria instituição já apontava o furto ou extravio como as possíveis motivações do roubo. O Exército concluiu em fevereiro deste ano a investigação e indicou a participação de pelo menos oito pessoas no desvio de metralhadoras e fuzis.
A Justiça Militar da União (JMU) aceitou denúncia e tornou réu quatro militares e quatro civis que tiveram participação direta ou indireta no crime, entre eles o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, então diretor da unidade, além de um primeiro-tenente e dois cabos.
Em 11 de abril uma denúncia anônima levou a polícia até Jesser Marques Fidelix e Márcio André Geber Boaventura Júnior, que estavam em condomínio de luxo em Santana de Parnaíba. Os dois seriam responsáveis pela negociação das armas com o Comando Vermelho e a milícia, na Gardênia Azul e Cidade de Deus, ambas na Zona Oeste do Rio. Além das prisões, as equipes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes cumpriram no dia seguinte (12) nove mandados de busca em apreensão em endereços da Zona Oeste do Rio suspeitos de serem locais de venda das armas de guerra furtadas. A polícia havia informado que os alvos eram “pessoas interpostas que gravitam em torno de Jessé e Márcio”.