O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Rio, (Alerj) recebeu da procuradoria da Casa, na tarde desta terça-feira (26), o processo de investigação de Lucinha (PSD), que pode resultar na cassação do mandato dela. A deputada é investigada pela Polícia Federal e Ministério Público por suspeita de ligações com a milícia de Zinho, na Zona Oeste.
Na próxima semana, o grupo fará uma reunião para escolher o relator e definir o cronograma com os próximos passos do processo, que deverá ser concluído em até 120 dias. O presidente do Conselho de Ética é o deputado Julio Rocha (Agir).
Depois de todo o trâmite, a decisão dos sete membros do Conselho de Ética é publicada através de um projeto de Resolução e a votação é levada ao plenário. Se a opção for pela cassação, o afastamento só ocorre com aprovação de maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 36 dos 70.
Lucinha foi alvo de operação da Polícia Federal no dia 18 de dezembro, por suspeita de envolvimento com a maior milícia da Zona Oeste. Na ocasião, a Justiça determinou o seu afastamento do cargo.
Lucinha ficou fora da Alerj por dois meses, e voltou ao mandato no fim de fevereiro após votação dos colegas, tornando-se imediatamente ré no Conselho de Ética. No momento, a parlamentar está de licença médica. Ela afirmou ter levado um tombo em casa, na semana passada, e fraturou duas costelas.
Investigação
De acordo com o MP, Lucinha é suspeita de interfererir na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante; tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho; vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos; suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.