Eduardo Paes e Pedro Duarte são vascaínos de boa cepa — embora, há anos, gostem de divergir em outras questões sobre o Rio de Janeiro. Mesmo assim, toda vez que se encontram em eventos públicos, o prefeito convoca o vereador de oposição para cerrar fileiras com o governo.
O convite sempre pareceu ser, como se diz nos subúrbios, à brinca.
Mas, agora que Pedro Duarte deixou o Partido Novo, virou uma proposta — à vera.
O presidente estadual do PSD, Pedro Paulo, estendeu o tapete vermelho para o xará. Conversou, convidou formalmente, levou ao prefeito. Prometeu empregar “toda energia” do partido na campanha do rapaz, que ainda poderá escolher o cargo que vai disputar, se deputado estadual ou federal.
“É um grande quadro. Terá de nós toda a dedicação. Pode ser deputado, estadual ou federal, ou secretário”, disse o presidente do partido no Rio.
Pedro Duarte pediu um tempo para pensar.
Mas até as pedras portuguesas da Cinelândia apostam que ele já está com os dois pés no PSD.
Saída de Pedro Duarte abriu as portas para debandada no Novo
A recente chegada de uma leva de bolsonaristas ao Novo — como os deputados federais Luiz Lima (RJ) e Ricardo Salles (SP) — arrastou o partido, que sempre foi de direita, para o extremo do espectro político.
Aos poucos, a turma foi se expandindo e, barulhenta, tomou as rédeas da legenda. Com a ajuda do ex-deputado estadual Alexandre Freitas, o Novo também se aproximou do governador Cláudio Castro (PL) e do presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar (União). Passou a perseguir quem não reza pela cartilha do conservadorismo nos costumes — o contrário do que pregava o partido desde a sua fundação.
Pedro Duarte era um dos “residentes” mais antigos e um dos mais incomodados com a radicalização.
“O órgão nacional do Partido Novo tomou conhecimento das divergências doutrinárias e políticas existentes entre V. Exa. e nossa legenda na cidade do Rio, o que (…) torna insustentável sua permanência em nossa agremiação (…). Em que pese o fato de lamentarmos a manifesta divergência apresentada, afirmamos que, em virtude da linha político-partidária de atuação de nossa legenda, sua manutenção em nosso quadro de filiados causará indiscutivelmente constrangimentos de natureza política para ambas as partes”, diz a carta do Novo com a qual libera Pedro Duarte a seguir novos rumos partidários.
Com a saída do vereador, já começa a debandada.
Primeiro estão se desfiliando os aliados de Pedro Duarte. Mas outros, nem tão próximos assim, devem seguir o mesmo destino em breve.


Pedro Duarte é um canalha, criticou tanto o prefeito Pinóquio e agora está indo para o tome dele. TO.MA VERGONHA NA CARA.