Silêncio sobre a prisão de Rodrigo Bacellar (União). A sessão plenária da Assembleia Legislativa (Alerj) foi aberta normalmente na tarde desta quarta-feira (03), sob o comando do primeiro vice, Guilherme Delaroli (PL). Até as 15h40m, nenhum parlamentar havia mencionado a detenção do presidente da casa pela Polícia Federal (PF). Quando Flávio Serafini (PSOL) fez uma simples citação à surpresa do dia, foi repreendido por Delaroli. Segundo o presidente, as considerações sobre o assunto deveriam ficar para o expediente final.
Mesmo com o avanço das investigações, a Alerj ainda havia recebido, até o início da sessão, o comunicado oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que deve ser enviado após o recebimento dos autos da PF pela Corte. Segundo a líder do PT, Marina do MST, isso deve ocorrer em até 24 horas.
“Estamos aguardando comunicação oficial ainda. A PF deve remeter os autos para o STF e o Supremo encaminha à Assembleia. São 24 horas para isso”, afirmou.
A reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para as 11h, também ocorreu normalmente após um breve atraso, mas os parlamentares presentes evitaram manifestações sobre o caso.
O clima era de tensão.
Sem acesso aos documentos que levaram Bacellar à prisão, os deputados evitam especular sobre a votação que poderá manter ou revogar a prisão do chefe do parlamento.
Até oposição aguarda documentos para decidir posição sobre prisão de Bacellar
O PT, que tem seis deputados, é hoje uma das maiores bancadas de oposição na Alerj, ao lado do PSOL, que conta com cinco parlamentares. O líder do PSOL, Yuri Moura, afirmou que a bancada só definirá posição após ter acesso aos autos da investigação:
“Vamos reunir a bancada no final da tarde para definir nosso posicionamento. Vamos tentar acessar os autos para depois definir nossa posição”, disse.
Lideranças de outras bancadas, como o PSD — que também tem seis deputados — informaram que só vão se manifestar após a comunicação oficial chegar à Alerj.
Enquanto a comunicação oficial não chega, o clima na Casa é de espera e cautela. A presidência continua formalmente ocupada por Bacellar, embora o ministro do STF, Alexandre de Moraes, tenha pedido o afastamento dele de seu mandato de deputado.
Prisão de Bacellar agita linha sucessória do estado; seu vice não poderia assumir como governador
Pela Constituição do Rio, se o governador Cláudio Castro (PL) renunciar ao cargo para concorrer ao Senado em 2026, quem assumiria interinamente a chefia do Poder Executivo seria o presidente do Tribunal de Justiça, que deve convocar novas eleições.
Até porque, segundo o regimento interno da Alerj, os vice-presidentes da casa só substituem o presidente em compromissos da Assembleia, e não entram na linha sucessória do governo.

