A prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), repercutiu na sessão da Câmara do Rio nesta quarta-feira (3). Enquanto aliados o classificaram como um homem “honrado”, a oposição o chamou de “aliado da bandidagem”.
Bacellar foi preso hoje na Operação Unha e Carne da Polícia Federal, suspeito de vazar informações sigilosas de outra operação federal que resultou na prisão do então deputado estadual TH Joias. No momento, ele está sendo ouvido na Superintendência Regional da PF.
Salvino diz que, para alguns, a Alerj é o ‘puxadinho do crime organizado’
Quem levantou a bola no velho Palácio Pedro Ernesto foi o vereador Salvino Oliveira (PSD), que ironizou a prisão lembrando uma fala de Bacellar de meses atrás, em que o deputado se referiu à Câmara como o “puxadinho da prefeitura”. Salvino comparou a situação e afirmou que, para alguns, a Alerj seria o “puxadinho do crime organizado”.
“Bacellar, que muitas vezes foi defendido pela bancada do PL, está preso por interferir em uma investigação. É um completo absurdo. É escandaloso o que está acontecendo. Eu fico muito preocupado com o futuro do nosso estado. Ele [Bacellar] é um aliado da bandidagem, um verdadeiro vagabundo que deve permanecer preso até o fim das investigações”, afirmou.
Bancada do PL rebate as declarações de Salvino
Em seguida, o vereador Poubel (PL), que tem um irmão na casa vizinha, o deputado Filippe Poubel (PL), saiu em defesa dele, criticando a fala de Salvino. Ainda assim, foi cauteloso ao comentar a prisão, chamando Bacellar de um homem “honrado”.
“Isso é muito ruim para a nossa política carioca. Não é para ficarmos batendo palma, mas é importante deixar claro que lá existem homens honrados, como o presidente Bacellar, independentemente do que aconteceu”, disse.
‘Dia muito ruim para entrar nesse tipo de pauta’
A discussão continuou com o líder do PL, Rogério Amorim, que afirmou que é “um dia muito ruim para entrar nesse tipo de pauta”. Ele rebateu as falas de Salvino e disse que “criticar toda uma casa legislativa por causa de um ou dois” não é correto.
“A ação da polícia deve ser feita, respeitada, e todos aqueles que cometem crimes devem pagar pelos seus erros”, concluiu.
Messina entra em cena para acalmar os ânimos dos colegas
O bate-boca só não escalou mais graças ao vereador Paulo Messina (PL), que, na condição de presidente da sessão, afirmou que iria “endurecer a regra regimental” para evitar que a discussão tomasse proporção maior e prejudicasse a pauta.
“Amo todos vocês, mas vou precisar endurecer a regra regimental. Não desejo fazer isso. É um dia tenso para a política fluminense e não vou deixar a situação escalar a ponto de perdermos o rumo da sessão. Caso contrário, a sessão não vai andar”, finalizou.

