Apesar da recomendação contrária do líder do governo, o deputado Giovani Ratinho (SDD), autor da proposta, garante que a CPI para acompanhar a Operação Barricada Zero será instalada.
O embate entre os dois acontecerá no “colégio de líderes informal” desta quarta-feira (26), com deputados divididos entre apoiar ou não a ferramenta de acompanhamento — e investigação — de uma das medidas mais bem avaliadas do governador Cláudio Castro (PL).
Ratinho afirma que, após a sessão plenária de ontem, o presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar (União), tenha apertado sua mão e garantido ao deputado “que irá assinar o documento e que não vai voltar atrás, que a CPI será aberta”.
Ele também é governista, mas defende que o modelo de acompanhamento seja uma Comissão Parlamentar de Inquérito e não uma comissão especial, como sugeriu o líder Rodrigo Amorim (União) mais cedo.
Para o criador, “a CPI vai dar instrumentos especiais”, como acesso a relatórios e balanços semanais das forças de segurança, que seriam necessários “tendo em vista que têm políticos e agentes públicos envolvidos”.
O requerimento de criação da CPI foi assinado por 46 deputados, 22 a mais do que o necessário para tramitar na Alerj.
Amorim deve orientar deputados a retirarem suas assinaturas do pedido da CPI das Barricadas
Como líder do governo, Amorim deve tentar convencer Ratinho a desistir da CPI das Barricadas e participar desse novo formato. Mas, se não conseguir, vai orientar os deputados governistas a retirarem suas assinaturas.
“Num primeiro momento, todos assinamos porque somos favoráveis às propostas sobre segurança pública. Mas o instrumento não está correto. (…) Não queremos passar a mensagem trocada de que vamos investigar, que vamos confrontar uma operação que está dando certo e está muito bem avaliada pela população”, disse.
Ratinho sustenta que, pelo regimento da Alerj, não há mais como retirar assinaturas após o protocolo do pedido na Mesa Diretora — etapa que ele diz ter concluído hoje à tarde.
Ele também afirma que, mesmo se houvesse o movimento da retirada de assinaturas do bloco governista, a CPI conseguiria tramitar com apoio da maioria dos deputados de centro e esquerda, que não precisam seguir a orientação do líder da oposição.

