A imprensa internacional repercutiu as mais de 120 mortes registradas na operação desta terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, a mais letal da história do país. Até o momento, foram encontrados ao menos 128 corpos: 58 contabilizados pela polícia e mais de 70 retirados por moradores e levados à Praça São Lucas. O balanço final ainda não foi divulgado.
Em nota publicada no perfil oficial da Organização das Nações Unidas (ONU), o órgão afirmou estar preocupado com o número de mortos e lembrou às autoridades brasileiras suas obrigações diante do direito internacional dos direitos humanos. O texto pede que sejam conduzidas investigações rápidas e eficazes sobre o caso.
“Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação letal reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Relembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”, escreveu a ONU.
‘Não é Gaza, é o Rio’, republica o jornal argentino Clarín
A repercussão também chegou à imprensa estrangeira. O jornal britânico “The Guardian” publicou matéria intitulada “Brasil: ao menos 64 mortos no dia mais violento do Rio em meio a batidas policiais”, destacando que a ação foi “a mais letal da história” do estado e que “fotos terríveis com alguns dos jovens mortos se espalharam pelas redes sociais”.
Nos Estados Unidos, o “New York Times” classificou a ação como “a mais mortal da história do Rio”, mencionando a morte de quatro policiais e a declaração do governador Cláudio Castro (PL), que se referiu à operação como um enfrentamento a “narcoterroristas”. Já o jornal argentino “Clarín” também noticiou o caso e reproduziu uma postagem de um brasileiro que dizia: “Não é Gaza, é o Rio”.
Por sua vez, o espanhol “El País” descreveu o episódio como “uma jornada de caos colossal e intensos tiroteios em uma ação policial contra o crime organizado”. Além disso, o veículo francês Le Figaro observou que há questionamentos sobre a “eficácia dessas operações policiais de grande porte no Rio”, embora elas sejam recorrentes na cidade.
O que disse o governo do estado

Em coletiva na manhã desta quarta-feira (29), o governador definiu a operação como “um sucesso” e defendeu a ação nos Complexos da Penha e do Alemão, afirmando que apenas os quatro policiais mortos foram vítimas. Além disso, Castro revisou a contagem oficial de mortes – antes eram 64, agora apenas 58 foram confirmadas pelas autoridades.
Por fim, destacou que os demais mortos podem ser classificados como “suspeitos” e que, caso haja algum erro nessa classificação, ele seria “residual e irrisório”.
“O conflito foi todo na mata. Então, não creio que tivesse alguém passeando na mata em um dia de operação. A gente pode tranquilamente classificar como [suspeitos] e, se tiver algum erro de classificação, com certeza é residual e irrisório. Ainda que se tenha alguma pessoa [inocente] nessa contagem, será absurdamente extraordinário e corrigiremos assim que os dados oficiais chegarem”, afirmou Castro.
Com informações da Agência Brasil.


Pois então. Muito bem comparado com a situação de conflito Israel vs Hamas.
Neste sentido, bem fariam as polícias se cercassem os complexos de favelas para combater os narcotraficantes tal como se combate de terroristas no mundo. São forças armadas e forças nacionais/federais – e não locais.
Contra os terroristas do episódio da casa de shows Bataclan, em Paris (2015), ou do jornal Charlie Hebdo no mesmo ano, assim como muitos outros. Por acaso foi a polícia local que fez a operação e cerco ou a polícia federal/nacional?
Narcoterroristas assim como terroristas devem ser combatidos segundo o direito penal do inimigo. Não os direitos humanos.