O Instituto Fogo Cruzado revelou que 23 crianças foram baleadas na Região Metropolitana do Rio neste ano, entre 1º de janeiro e 6 de dezembro. Destas, três perderam a vida. O levantamento ainda aponta 34 adolescentes atingidos, com 16 mortos e 18 feridos, totalizando 55 menores baleados em menos de um ano.
Entre as vítimas fatais está Miguel Filipe, de apenas sete meses, foi morto em março em uma execução brutal em Niterói. Ele foi alvejado junto com os pais, dentro de um carro. Os três estavam em um Voyage branco, em um ponto de ônibus na Estrada Bento Pestanha, no bairro Baldeador, quando criminosos chegaram em outro veículo e atiraram. A mulher estava no banco de trás e ainda tentou proteger o bebê.
Em novembro, Carlos Eduardo, de cinco anos, foi vítima de uma bala perdida em Japeri, Baixada Fluminense. Ele estava saindo de um mercado com a mãe quando tiros vindos da comunidade Morro do Sapo o atingiram. A tragédia ocorreu enquanto agentes do programa Segurança Presente estavam próximos, mas sem reagir. Carlos foi levado ao hospital, mas não resistiu
Em maio, o pequeno Sandro Vasconcelos, de oito anos, foi atingido dentro de casa, na comunidade Cavalo de Aço, Zona Oeste, durante uma troca de tiros.
A violência não poupa nem os que brincam inocentemente: nesta sexta-feira (6), dois irmãos, de 5 e 10 anos, foram baleados na Gardênia Azul, Zona Oeste. As crianças estavam na calçada quando criminosos abriram fogo. O menino segue internado no Hospital Lourenço Jorge em quadro estável, e a irmã recebeu alta na tarde deste sábado (7).
Nos últimos sete anos, o Fogo Cruzado registrou 684 crianças e adolescentes baleados no Grande Rio. Destas, 302 não sobreviveram — quase metade dos atingidos.
A jovem Kamila Vitória, de 12 anos, engrossa a lista de tragédias recentes. Ela morreu na quinta-feira (5), após ser atingida por um tiro na perna enquanto brincava na Favela do Guarda, em Del Castilho. A bala acertou sua veia femoral, e ela não resistiu. A suspeita é que tenha sido vítima da guerra entre traficantes e milicianos pelo controle da área.