O verão do Rio é sinônimo de praia, piscina e sol escaldante. Mas também pode ser a época em que os olhos resolvem dar aquela incomodada básica. Se você já sentiu seus olhos vermelhos, coçando e lacrimejando depois de um dia na piscina ou na areia, pode ter sido vítima da temida conjuntivite.
A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, a membrana fina que cobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras. Ela pode ser causada por infecções virais, bacterianas, alergias ou irritações externas, como produtos químicos. E podem ser altamente contagiosas.
Nem mesmo o jornalista conseguiu escapar
E é tão sério que nem mesmo o jornalista que vos escreve conseguiu se livrar dela. Fui uma das vítimas dessa cruel inflamação neste período. Contudo, para meu consolo, o médico João Vitor Laranjeira, residente de oftalmologia na Universidade de São Paulo (USP), informou que o verão é realmente uma estação favorável para a disseminação do contágio.
“O aumento da temperatura e da umidade cria um ambiente propício para a sobrevivência de vírus de RNA, responsáveis por grande parte das conjuntivites virais. Além disso, a maior frequência em praias e piscinas, o contato próximo com outras pessoas e o compartilhamento de objetos pessoais facilitam a transmissão”, afirma o especialista.
A boa notícia? Dá para se prevenir e curtir a estação sem esse incômodo! A médica Ana Carolina Vieira, professora adjunta de Oftalmologia na UFF, separou algumas dicas para quem quer aproveitar este verão e carnaval sem precisar passar por esse perrengue. E, se você for mais esperto que eu, é melhor ler com atenção.
“A conjuntivite viral é altamente contagiosa. A transmissão ocorre pelo contato das mãos com superfícies e objetos contaminados e, depois, com os olhos. Felizmente, algumas medidas podem reduzir a chance de contágio”, destaca a professora.
Dicas do médico para prevenir a conjuntivite
- Evite compartilhar objetos pessoais – Maquiagens, óculos, toalhas, travesseiros e roupas de cama podem ser veículos de transmissão.
- Higienize as mãos com frequência – O contato com superfícies contaminadas seguido de toques nos olhos pode facilitar a infecção.
- Não coce ou esfregue os olhos – Isso pode levar vírus e bactérias diretamente à conjuntiva, agravando o risco de infecção.
- Use óculos de natação em piscinas – Isso evita o contato direto da água contaminada com os olhos.
- Redobre os cuidados em ambientes coletivos – Lugares fechados e lotados, como transporte público, academias e clubes, aumentam o risco de transmissão.
Vieira destaca a importância de procurar atendimento oftalmológico ao perceber qualquer sintoma sugestivo de conjuntivite viral, como vermelhidão, lacrimejamento, coceira, sensação de areia nos olhos, olhos colados ao acordar e inchaço nas pálpebras.
Casos de conjuntivite diminuem em 2025
Os casos de conjuntivite registraram uma queda de 75,7% no estado do Rio neste verão. Dados da Secretaria Estadual de Saúde apontam que, até o dia 29 de janeiro, foram contabilizados 67 casos da doença. No mesmo período do ano passado, esse número era bem maior: 276 casos.
Nos últimos anos, a conjuntivite tem apresentado uma tendência de queda no estado. Ao longo de 2023, foram registrados 3.551 casos, enquanto em 2024, o número caiu para 2.416. Mas, de acordo com os especialistas, é sempre bom manter a atenção.