O terreno de 2,6 mil m² que abrigou o Colégio Padre Antônio Vieira, no Humaitá, na Zona Sul do Rio, desde 1940, vai receber um empreendimento imobiliário — e, a casa centenária, onde funcionou parte da escola, será mantida como área de lazer e apartamentos.
Lá pela década de 2010, ficou famosa a polêmica sobre as cerâmicas com desenhos que se assemelham à cruz suástica, símbolo apropriado pelo partido nazista alemão, na varanda do casarão. Um professor de História chegou a denunciar o desenho ao Ministério Público — embora especialistas tenham lembrado que o mesmo piso existe em vários prédios erguidos nas décadas de 1910 e 1920 no Rio. O Edifício Victor, na esquina das ruas Riachuelo e Lavradio, na Lapa, é um deles.
Mas, para não dar curso à treta, a TAO Empreendimentos, incorporadora responsável pela obra, contratou a Urbanacon, que desenvolveu o projeto de restauro e apresentou como sugestão de ajuste, a complementação do colorido que compõe as quinas da cruz, transformando-a num singelo xadrez. Para que se evidencie a alteração, o procedimento será registrado e arquivado no órgão de proteção cultural.
“Não podemos deixar da maneira que encontramos, mas tampouco se pode mentir para a história. Iremos mimetizar o símbolo com uma pequeníssima intervenção que irá descaracterizar a suástica, evitando a convivência com um símbolo que ninguém mais quer ver. Cabe ressaltar que, neste caso, não foi encontrada nenhuma ligação com famigerado partido nazista da Alemanha. Esse símbolo provém ainda dos tempos Hindus e os alemães, posteriormente, se apropriaram dele. No início do século XIX, de quando essa construção é datada, era comum encontrar este tipo de azulejo nas casas, pois, como não havia fabricação nacional de materiais de construção, todos eram escolhidos por meio de catálogos que vinham de outros países”, comenta Carlos Fernando Andrade, diretor da Urbanacon, empresa contratada para o restauro, e ex-superintendente do Iphan.
Para Tanit Galdeano, presidente da TAO, o ajuste é mais do que necessário.
“Devido à falta de terrenos disponíveis, os espaços que abrigam casarões centenários se tornaram uma ótima oportunidade para o mercado e para a manutenção da memória da Cidade, mas alguns ajustes precisam ser feitos para que possam se adaptar ao nosso tempo. No caso do símbolo encontrado, mesmo que não tenha relação, não gostaríamos de reforçar qualquer mensagem que não seja condizente com o respeito e a liberdade entre todos os seres humanos”, reforça Tanit.
Isso é uma tremenda estupidez. A suástica é um símbolo esotérico utilizado por diversas civilizações à milhares de anos. A suástica significa longevidade e triunfo sobre as adversidades.
O prédio foi construído muitos anos antes da propaganda nazista, e provavelmente a intenção ao ser decorado com pisos com desenho da suástica era que o prédio durasse para sempre.