Que as duas fases do Reviver Centro deram certo, o número de lançamentos imobiliários — e, já, já, de novos moradores — está aí para provar. Mas o novo indicador para o sucesso da empreitada é um tantinho mais subjetivo: o interesse de outras capitais pelo programa urbanístico de reocupação do Centro do Rio.
“Já fui provocado a explicar o Reviver Centro em sete capitais brasileiras. O Rio está exportando experiência e voltando a ser protagonista no Brasil”, contou o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado (Sinduscon-Rio), Cláudio Hermolin, no Fórum da Construção Civil transmitido pela Band Rio às 14h desta sexta-feira (28) e pelo YouTube.
O debate, com a participação de Miguel Fernández, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ); Leonardo Schneider, presidente do Secovi Rio; e o arquiteto Fernando Costa, arquiteto, foi mediado pelo jornalista Carlos Andreazza. Na pauta, o impacto das novidades do mercado no dia a dia dos cariocas.
“O novo Plano Diretor abriu as portas para o crescimento na Zona Norte. O Reviver Centro é uma realidade, além do Porto Maravilha. O impacto é maior em regiões onde há infraestrutura já instalada. Em especial, a mobilidade. O Centro tem metrô, trem, barca, ônibus municipal e intermunicipal”, lembra Hermolin.
E o mercado de compra e venda de imóveis, além de aluguéis, respondeu. De acordo com Schneider, as mudanças no estilo de vida do carioca também se impuseram.
“Temos novas propostas de moradia, os estúdios são uma realidade desde o ano passado. O Rio é uma cidade turística, e o mercado imobiliário precisa entender isso e apoiar, não só na Zona Sul, mas também no Centro e outras regiões da cidade”, aposta o presidente do Secovi.
Os novos tempos trouxeram as mudanças também para dentro das casas.
“A pandemia trouxe uma preocupação nova. Como se passou mais tempo em casa, as pessoas passaram a pensar se os ambientes são adequados às suas necessidades. Daí a valorização da arquitetura”, disse o arquiteto Fernando Costa, que se diz “um apaixonado pelo Centro do Rio”, Patrimônio Mundial da Arquitetura. “Eu acredito na revitalização”, completou.
‘É preciso repensar a habitação de interesse social’, diz presidente do Crea-RJ
Mas nem tudo é perfeito, claro.
Fernández lembra que é preciso pensar mais nas habitações de interesse social.
“O projeto urbanístico do Porto Maravilha não pensou no Morro da Providência, a primeira favela do Brasil. Chegou um momento em que é preciso repensar a habitação de interesse social, porque isso traz melhorias para outros setores, como saúde e segurança. Um plano urbanístico tem que abranger a região como um todo, levando em consideração a mobilidade, a acessibilidade…”, alertou o presidente do Crea-RJ.