O candidato do PL à Prefeitura do Rio, Alexandre Ramagem, acusou o prefeito Eduardo Paes (PSD) de ter criado um órgão clandestino de inteligência no governo municipal. A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (11), durante sabatina realizada por veículos de imprensa do Grupo Globo.
Questionado pelo jornalista Lauro Jardim sobre a investigação de um suposto esquema ilegal de espionagem quando era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apelidado de “Abin Paralela”, Ramagem ajustou a mira contra Paes. Além disso, negou que, caso eleito, vá instalar na cidade uma estrutura semelhante à da agência nacional.
“Há um órgão de inteligência do Eduardo Paes clandestino. Não foi feito por lei, não passou pela Câmara Municipal. Ele tem algumas funções que, pelo que temos ouvido, fazem uma inteligência um pouco clandestina, mas vamos ter que verificar isso. Nossa intenção é trazer para o Rio o conceito de cidade inteligente, mas nada semelhante à Abin”, afirmou.
Segundo fontes ouvidas pelo TEMPO REAL, o órgão ao qual Ramagem se refere é a Gerência de Inteligência, ligada ao Gabinete do Prefeito e subordinada à Casa Militar do Prefeito, instituída pelo Decreto 54941, de 14 de agosto de 2024. Entre as competências do órgão está, por exemplo, gerenciar as ações de captação, tratamento e difusão de informações, através de pesquisas nos bancos de dados de identificação civil e criminal.
Além disso, essa gerência também é responsável por estabelecer a ligação com os órgãos de inteligência de outras esferas públicas e privadas; gerenciar as ações relativas à tramitação das informações sigilosas, subsidiando o planejamento e a avaliação das equipes de operação; acompanhar os resultados das atividades operacionais, produzindo relatórios gerenciais; capacitar equipes para as ações operacionais cabíveis; e coordenar os serviços estratégicos veiculados por instrumentos de telecomunicações e informática.
O TEMPO REAL perguntou à campanha de Eduardo Paes se o prefeito irá se manifestar sobre a declaração e aguarda envio de resposta.
Colaborou FÁBIO MARTINS