A operação de busca e apreensão no gabinete e no apartamento funcional de Alexandre Ramagem, nesta quinta-feira (25), deixou o PL desanimado com a candidatura do deputado federal à Prefeitura do Rio.
Curiosamente, a operação foi deflagrada logo depois que Ramagem voltou de uma viagem de férias com a família ao exterior. A PF parece ter esperado o retorno do deputado, para cumprir as diligências autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A versão do partido é que Ramagem está sendo vítima de perseguição política contra ex-integrantes do governo de Jair Bolsonaro. Mas os mandachuvas do PL nacional já identificaram os estragos que a exposição negativa do pré-candidato pode trazer à campanha de outubro.
Ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Ramagem está sendo investigado por envolvimento num esquema de espionagem montado para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns. Até os colegas do moço no Congresso Nacional estão revoltados com as informações já divulgadas sobre a bisbilhotice criminosa.
Na política do Rio, Ramagem tem um padrinho forte. A sua candidatura foi uma indicação da família Bolsonaro — em especial, do vereador Carlos Bolsonaro. Mas o salseiro de hoje reacendeu as chances dos que tinham sido preteridos pela direita para dar lugar ao ex-presidente da Abin, como o senador Carlos Portinho (PL), o deputado federal Otoni de Paula (MDB) e o deputado estadual Rodrigo Amorim (ainda no PTB, mas com os dois pés no União Brasil).