Entre solos de guitarra e letras inesquecíveis, o rock tem algo que vai além da música: ele conecta pessoas e tem a magia de ecoar por gerações. Afinal, como já cantou o Queen, “We will rock you” é mais que um grito de guerra: é o som que muitas vezes une pais e filhos, criando uma trilha sonora única para memórias em comum.
Neste domingo (13), no Dia Mundial do Rock, muita gente festeja mais do que um estilo — celebra memórias construídas em família, shows compartilhados e playlists que misturam passado e presente.
O gênero, que surgiu como um grito rebelde da juventude, ganhou um novo papel com o passar do tempo: virou elo entre pais e filhos. Se antes causava conflitos familiares, hoje é motivo de união.
O engenheiro Leandro Fernandes conta que o rock sempre esteve presente em casa — e, com o tempo, virou uma ponte com a filha, Lara.
“Ela cresceu ouvindo as minhas playlists e hoje nos encontramos na mesma onda musical. Criamos até uma playlist nossa no Spotify. Já fomos a shows juntos e, de vez em quando, rola até um karaokê em família”, diz Leandro.

O empresário Roberto Marques também compartilha esse vínculo com os filhos.
“Sempre fiz questão de mostrar bandas clássicas e atuais pra eles. Hoje, a gente conversa muito sobre música e vai junto a shows. É uma forma de estarmos conectados”, conta.
Música como ponte afetiva
De acordo com o psicólogo André Machado, a música tem o poder de criar memórias afetivas duradouras.
“Quando um pai apresenta ao filho uma música que marcou sua juventude, como um clássico do Led Zeppelin ou do Queen, ele compartilha mais do que gosto: compartilha parte de sua história”, explica.
Essas experiências, segundo ele, ajudam a fortalecer os laços familiares. “Cada música vira um pedaço da memória emocional da família”.
Rock: um som que não sai de moda
O rock pode até ter perdido espaço nas paradas de sucesso, mas continua vivo nas casas, nos fones de ouvido e nos corações. E essa transmissão de pai para filho mostra que ele ainda tem muito fôlego.
“O rock é o símbolo de várias gerações. Pode ter deixado um pouco da rebeldia pra trás, mas a emoção e a melodia continuam fascinantes”, diz Leandro Fernandes.
Já para Roberto Marques, o segredo está no equilíbrio. “Meus filhos não ouvem só rock. Eles curtem o que é da época deles também, e acho isso ótimo. A música tem que ser um espaço de troca, não de imposição”.
No fim das contas, é isso que a boa música faz: aproxima, emociona, conta histórias — e segue tocando alto, de geração em geração.
História da data
A escolha da data tem origem em 13 de julho de 1985, quando aconteceu o Live Aid, um dos maiores festivais de música já realizados. O evento, que reuniu grandes nomes como Queen, U2, David Bowie e Led Zeppelin, tinha como objetivo arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. O show foi transmitido ao vivo para mais de 100 países, com palcos montados na Filadélfia (EUA) e em Londres (Reino Unido).
Logo após se apresentar, o cantor Phil Collins sugeriu em uma entrevista que aquele dia merecia ser eternizado como o “dia mundial do rock”. A ideia pegou — mas só no Brasil.
Naquela época, o país vivia o auge do rock nacional, com bandas como Legião Urbana, Titãs, Barão Vermelho e Paralamas do Sucesso dominando as rádios. Duas emissoras paulistas, Rádio Rock e 97 FM, aproveitaram o embalo e começaram a promover a data como uma celebração oficial do estilo.
E deu certo: o 13 de julho ficou conhecido por aqui como o dia para celebrar solos de guitarra, letras marcantes e muita atitude.
Programação para o Dia do Rock
Para comemorar a data, o EXC Rio, no Jockey Clube da Gávea, está com uma programação especial para o mês de julho. Com shows temáticos, ambientação imersiva e experiências sonoras que resgatam o melhor do gênero, a programação completa está disponível neste link. Os ingressos variam entre R$ 60 e R$ 3 mil (camarote).
Para aqueles que buscam uma programação “0800”, a Rua Ceará, na Praça da Bandeira, receberá mais de 100 bandas em 12 palcos espalhados pela região. O evento começa às 12h, no domingo (13). A entrada é gratuita.
