A Região Metropolitana do Rio possui 1,1 milhão de casas sem áreas e risco para inundações. Na Baixada Fluminense, quase um terço das residências (27,8%) foram construídas nessas localidades; já na capital, o número chega a 15%, equivalente a 438 mil unidades. Em todo o Grande Rio, ao menos 60,6 mil moradias estão em locais que apresentam risco elevado de deslizamentos.
Os dados, frutos de um estudo feito pela associação civil Casa Fluminense, revelam a dimensão do desafio a ser enfrentado pelo estado no combate aos efeitos das mudanças climáticas. Oito representantes da associação e de outras entidades entregaram a pesquisa ao Ministério Público do Rio (MPRJ) nesta segunda-feira (13). Foi protocolado um pedido cobrando políticas públicas urgentes por parte do governo estadual.
Entre essas medidas está a do pedido feito pelo governo à União para a inclusão das obras dos rios Iguaçu, Botas e Sarapuí no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que ainda está sob análise do Ministério das Cidades, sem previsão de liberação de recurso. Os rios cortam os municípios da Baixada e frequentemente transbordam após a ocorrência de chuvas fortes, como a que castigou a região em janeiro deste ano.
A geografia da Baixada Fluminense, que é um vale cercado de montanhas, facilita as inundações, o que demanda a retomada das obras de macrodrenagem, paralisadas há 12 anos após receber R$ 500 milhões de investimento.
Na capital, uma das áreas mais afetadas em 2024 foi o entorno do Rio Acari, na Zona Norte. As obras de drenagem na região estão sob analise do Governo Federal para serem incluídas no PAC, a pedido da prefeitura do Rio, que disse investir em ações de desassoreamento de rios e prevenção de deslizamentos e inundações.
Câmara vota projeto sobre medidas de prevenção
Nesta terça (14), a Câmara do Rio votará, em primeira discussão, um projeto que estabelece a adoção de medidas de prevenção na cidade do Rio, como implantação de tetos verdes e jardins de chuva, que estão dentro do conceito de cidade Esponja — já adotado em Nova York e na China, por exemplo.
A cobertura vegetal é um fator que mitiga o calor nas grandes cidades, mas, no ano passado, a Prefeitura do Rio plantou apenas 22 mil novas árvores. A meta era de 75 mil. Além desse, outros cinco objetivos definidos na área ambiental não foram cumpridos, entre eles, a ampliação do programa Horta Carioca.
A prefeitura justifica que a meta final é para este ano e destaca a criação de cinco novos parques nas Zonas Norte e Oeste da cidade, além da criação da Floresta da Posse, com o plantio de 240 mil árvores, dentro do projeto de construção do anel viário de Campo Grande.