O historiador da arte João Paulo Ovídio, morador de Duque de Caxias, lançou recentemente o livro BXD CRIA: Crítica de Arte, uma obra que visa a destacar a produção artística da Baixada Fluminense. Com textos escritos entre 2021 e 2023, a obra reúne análises sobre artistas, coletivos e exposições da região.
De acordo com Ovídio, o objetivo central da obra é combater a invisibilidade enfrentada pelos profissionais da cultura da Baixada Fluminense, que é bastante negligenciada na história da arte do Rio de Janeiro.
“Discutir a arte produzida na Baixada Fluminense é um ato político que não apenas reivindica uma narrativa contra-hegemônica, escrita por nossas próprias mãos, mas também combate os estigmas propagados no imaginário popular. A arte é uma forma de expressão intimamente relacionada à nossa identidade e subjetividade”, afirma João Paulo.
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O autor, mestre em Artes Visuais pela UFRJ e doutorando em História da Arte pela Uerj, explica que o título do livro é uma combinação da sigla “BXD”, que representa a Baixada, com a palavra “CRIA”, que tem duplo significado: o de criar e o de pertencimento, de acordo com o vocabulário local.
“O livro também serve para corrigir a ‘falsa sensação’ de que a produção artística da Baixada é algo recente e sem história”, destaca Ovídio, mencionando as antigas reivindicações dos moradores da região por espaços dedicados às artes visuais e escolas livres de artes.
A primeira tiragem do livro foi um sucesso
O lançamento ocorreu no dia 8 de fevereiro, na Biblioteca Municipal Governador Leonel de Moura Brizola, no Centro de Duque de Caxias. A primeira tiragem foi um sucesso e já está esgotada. João Paulo agora busca maneiras de viabilizar uma segunda impressão, com o objetivo de alcançar ainda mais leitores, incluindo escolas, universidades, museus e outras instituições culturais e educacionais.
“Este livro marca um novo capítulo na minha trajetória profissional, especialmente na Baixada. Acredito que gerar referências bibliográficas sobre o tema é essencial para fortalecer a valorização da arte produzida aqui”, finaliza o autor.