A Guarda Municipal do Rio conta, atualmente, com 7.313 servidores, mas segundo dados do Demonstrativo de Resultados da Avaliação Atuarial (DRAA) da Previ-Rio, de abril de 2025, 707 estão prestes a se aposentar, com idade média próxima dos 60 anos. Isto representa aproximadamente 10% do efetivo.
Além disso, os demais 6.606 agentes apresentam uma idade média elevada: 44 anos para mulheres e 49 anos para homens. O levantamento foi feito pelo gabinete do vereador Pedro Duarte (Novo). Segundo o parlamentar, o cenário evidencia o envelhecimento progressivo do efetivo sem renovação adequada.
“Com seu último grande concurso realizado há mais de 12 anos, a corporação enfrenta um quadro de envelhecimento crítico, aposentadorias em massa iminentes e uma alarmante falta de investimentos em capacitação – um contraste gritante com outras grandes cidades”, disse Duarte.
Votação da Guarda Municipal armada e preocupações
Apesar de ter votado a favor do projeto que criou a nova Guarda Municipal armada, já que entendeu que houve avanços em relação ao texto apreciado na primeira discussão, o vereador afirma que mantém algumas preocupações. Uma delas é sobre o destino dos agentes de segurança depois que acabar o contrato temporário.
“Essa precaução é para que esses profissionais não sejam aliciados pelo crime organizado. Uma outra preocupação muito importante diz respeito à ausência de uma política de rejuvenescimento, oxigenação e requalificação da Guarda Municipal”, emendou o parlamentar.
O levantamento destaca que a situação se agrava com a ausência de um novo concurso público. Embora tenham ocorrido convocações pontuais em junho de 2016 e fevereiro de 2019, além de testes físicos em outubro de 2023 (que resultaram em apenas uma admissão efetiva em março de 2025), a reposição de servidores tem sido insuficiente para atender às demandas crescentes de segurança na cidade.
Comparação com a Guarda Municipal de São Paulo
Além da defasagem no efetivo, Duarte aponta que a capacitação da Guarda Municipal enfrenta um verdadeiro apagão financeiro. A Ação Orçamentária “4009 – Capacitação de Recursos Humanos – Adm. Indireta” não recebeu nenhum investimento nos anos de 2020, 2021, 2022 e 2023.
Para 2024, foram empenhados apenas R$ 32,4 mil, e a previsão para 2025 é de R$ 30,6 mil — valores considerados ínfimos pelo parlamentar quando comparados com os aportes anteriores, como R$ 310,3 mil pagos em 2019 e R$ 556 mil em 2016.
Em contraste, a Guarda Civil Metropolitana de São Paulo aponta valores significativamente mais altos para capacitação, como R$ 846,8 mil em 2022 e R$ 412,5 mil em 2023, além de investimentos específicos em cursos e contratos.
Diante desse cenário, a prefeitura implementou uma ação inédita para 2025: a “8578 – Capacitação e Treinamento Tático dos Guardas Municipais para Utilização de Armas Letais e Não Letais – EL 4365/25”, com dotação inicial de R$ 50 mil (ainda não empenhados).
“No entanto, esse valor parece destinado apenas ao grupo seleto da nova Guarda que será armada, ou seja, ainda sem resolver a precariedade na formação de todo o efetivo. Precisamos reverter urgentemente essa tendência de envelhecimento dos agentes da corporação, bem como priorizar investimentos na capacitação dos guardas”, concluiu Duarte.
Esse é o objetivo do Nervosinho , acabar com a GM Rio