O clima está quente no diretório municipal do Podemos no Rio. A legenda conseguiu fazer duas cadeiras na legislatura que começará a partir do ano que vem. No entanto, teve suplente que entrou na Justiça para derrubar o coleguinha de partido e conseguir um lugar quentinho no Palácio Pedro Ernesto.
Marcos Dias foi o mais votado da legenda, com 16.209 votos, seguido de Fábio Silva, com 15.846. Ocorre que o primeiro suplente, Professor Marcelo Martins, entrou com Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra Silva alegando que o correligionário cometeu captação ilícita de votos.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) também aparece como autor da ação. Na petição, o órgão e o suplente afirmam que o vereador eleito tem sua base eleitoral na região do Complexo do Chapadão, local conflagrado pela atuação de facções criminosas. Além disso, afirmam que, antes do período eleitoral, Silva teria organizado inúmeras ações sociais.
“Que antes mesmo do período eleitoral, o candidato oferecia inúmeras ações sociais gratuitas para a comunidade, realizando serviços que são próprios do poder público, ostentando poder paraestatal (muitas vezes na cor verde – cor da sua campanha), executados por pessoas de sua própria equipe”, diz parte da petição.
A acusação também alega que Fábio Silva teria executado parte das ações sociais no clube Onda Carioca, se apresentando como “Embaixador do Clube”, tendo até inaugurado uma filial no Complexo do Alemão. Também afirmam que o vereador eleito usou sua empresa que opera serviço de internet na região, a Nort Telecom, para fazer pedido de voto.
Na ação, Fábio Silva se defende dizendo que a concentração de votos em certas áreas reflete a representatividade e a confiança do eleitorado. Ainda acusa Marcelo de ter iniciado “verdadeiro disparo de denúncias a órgãos de controle, sem prova dos fatos”. Por fim, afirma que o correligionário teria usado de práticas semelhantes às que o acusa de ter feito na ação.
A ação corre sob sigilo na 125ª Zona Eleitoral do Rio de Janeiro, a pedido do MPE. A juíza Maria Paula Gouvêa Galhardo declarou saneado o processo e determinou que Fábio Silva, Marcelo Martins e o MPE apresentem as alegações finais, dentro do prazo legal.