Os vereadores do Rio parecem ter se cansado da pauta água com açúcar das quartas-feiras, aquelas votadas em sessão online que, por acordo, é feita com projetos sem polêmica. Na tarde de hoje (05), entre uma votação de data comemorativa e outra, uma pequena rebelião se instalou. O vereador Jorge Pereira (PSD) pediu a palavra e, indignado, gritou:
“Quantidade não é qualidade!”
Ele protestava contra projetos inócuos ou mal redigidos, como o que dá gratuidade a pessoas com deficiência em todos os transportes coletivos, incluindo os que estão sob responsabilidade estadual. E questionou a marca de produtividade da Câmara do Rio:
“O que adianta votar 200 projetos, se dizer campeã de leis, se essas leis não têm valor nenhum?”, protestou, enquanto até o vereador Pablo Mello (Republicanos), o recém-chegado que já presidia a sessão, mostrava concordância.
“Não é possível continuar votando por quantidade, eu quero votar qualidade, que a lei seja boa, que tenha aplicabilidade!”, continuou vociferando Pereira, a plenos pulmões.
A sempre bélica Teresa Bergher (PSDB) também reiterou as críticas. “Somos a Câmara que mais produz e aprova projetos, mas, infelizmente, a qualidade deixa a desejar. Temos aprovado projetos que são absurdos, muitos chegam a envergonhar o Legislativo porque não servem absolutamente para nada”, disparou.
Esta não é a primeira vez que a pauta de projetos “não polêmicos” vira polêmica este ano. Em abril, a inclusão de propostas que geravam debates acalorados quase fez o acordo cair por terra, mas as pautas extras votadas online voltaram, com projetos mais “light” do que nunca.
A pergunta que não quer calar é: de quem são os projetos que são colocados na “pauta sem graça”?
Aqui em Niterói não é diferente. Já vi Vereador votar a favor do veto do próprio Projeto de Lei.
Segurando o riso, porque o Vereador César Maia esqueceu de desligar a sua(dele) câmera e apareceu fazendo as suas necessidades fisiológicas na hora da votação do PL.