Enquanto os olhos da política fluminense estão voltados para o julgamento do pedido de cassação do mandato do governador Cláudio Castro (PL), do vice Thiago Pampolha (MDB) e do atual presidente da Assembleia Legislativa , Rodrigo Bacellar (União), a deputada estadual Lucinha (PSD) entregou sua defesa ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Alerj.
Com o recebimento da peça, o colegiado já marcou a próxima reunião: será na quinta-feira, dia 23 de maio, às 13h.
O prazo para resposta ao processo ético-disciplinar que pode culminar na cassação do mandato da parlamentar terminava neste sábado (18). Ao receber a defesa, o conselho tem 60 dias úteis prorrogáveis por mais 60 para tomar a decisão. O deputado Vinícius Cozzolino (União Brasil) é o relator do caso.
Nesta quarta-feira (15), Lucinha e o relator que vai definir seu futuro na casa ficaram um bom tempo de papo no plenário.
O conselho é presidido por Julio Rocha (Agir), e composto ainda por Martha Rocha (PDT), Jorge Felippe Neto (Avante), Dani Monteiro (PSOL), Renato Miranda (PL), Cláudio Caiado (PSD). Os deputados Dionísio Lins (PP) e Andrezinho Ceciliano (PT) são suplentes.
Cozzolino vai apresentar o relatório, que é decidido pelos outros membros do colegiado. A resultado é publicado através de um Projeto de Resolução e segue para votação no plenário. Se a opção for pela cassação, o afastamento só ocorre com aprovação de maioria absoluta dos parlamentares, ou seja, 36 dos 70.
Lucinha foi indiciada pela Polícia Federal na semana passada por envolvimento com a maior milícia do Rio de Janeiro. A deputada foi alvo de uma operação da PF e do Ministério Público do Rio em 18 de dezembro do ano passado, que investigava a ligação dela com o grupo criminosos chefiado por Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho. Lucinha nega o envolvimento.
De acordo com o MP, Lucinha é suspeita de interferir na segurança pública do Rio para a soltura de milicianos presos em flagrante; tentativa de mudança no comando do batalhão da PM em Santa Cruz, área sob domínio do Zinho; vazamento de informações sobre operações policiais para captura de milicianos; suspeita de atuação política para favorecer o transporte público de vans sob comando da milícia, na Zona Oeste.