No discurso durante a abertura do ano legislativo na Câmara de Vereadores do Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD) deu um recado claro de que está focado numa possível candidatura ao governo estadual em 2026. Na esteira da apresentação do projeto para criar a Força Municipal armada, o alcaide falou basicamente sobre segurança pública citando inclusive municípios do interior.
“Sete em cada dez cariocas apontam a segurança como principal problema da cidade. A constituição estabelece que o governo estadual possui a gestão sobre as polícias, mas precisamos dar uma resposta para a população do Rio”, disse.
Em seguida, Paes novamente reiterou que a força municipal atuará complementando a atuação do governo estadual. Destacou ainda que a questão da segurança também tem sido motivo de preocupação em diferentes capitais brasileiras.
“Este não é um fenômeno exclusivo do Rio. São Paulo, Vitória, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba. É por esse motivo que vou assumir a Frente Nacional dos Prefeitos, pois os prefeitos estão sendo cobrados e devem ser ouvidos em Brasília neste momento”, prosseguiu.
Eduardo Paes acena para cidades do interior
Escancarando sua pretensão a nível estadual, Paes ainda mencionou o aumento da criminalidade em cidades do interior do Rio, como, por exemplo, Macaé, Itaperuna, Angra dos Reis e Araruama.
“O desafio pode ser dividido em dois eixos. O domínio territorial do crime organizado e os roubos nas ruas, que em muitas vezes terminam em morte. É preciso compreender cada um para definir onda a prefeitura pode atuar”, acrescentou.
O prefeito reiterou o tom crítico ao governo de Cláudio Castro (PL) ao dizer que as policiais estaduais estariam atuando “sem gestão, clareza de comando e hierarquia estabelecida vítimas da falta de autoridade do grupo que governa o estado”.
“Esse domínio territorial cria condições para escoar mais facilmente carros e veículos roubados. É nessas áreas que ocorre a maior parte dos tiroteios dos criminosos com a polícia ou entre as próprias organizações criminosas”, complementou.