Em apenas uma semana, o líder do maior bloco da Câmara dos Deputados, Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), conseguiu reunir 215 assinaturas para a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar denúncias de abusos na prestação de serviços dos planos de saúde.
Era necessário o apoio de, no mínimo, 171 nobres.
Dos 46 deputados federais do Rio, só não assinaram, até o início da tarde desta quinta-feira (21), sete nobres: Doutor Luizinho (PP), Marcelo Queiroz (PP), Daniel Soranz (PSD), Pedro Paulo (PSD), Pastor Henrique Vieira (PSOL) e Daniela do Waguinho (União). E, claro, Chiquinho Brazão (sem partido), que está preso sob a acusação de ter mandado matar a vereadora Marielle Franco.
As operadoras de planos de saúde entraram na mira também das assembleias estaduais. No Rio, uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instaurada, a pedido de Fred Pacheco (PMN) nesta quinta-feira (23), após a publicação no Diário Oficial da Assembleia Legislativa. Em São Paulo, o pedido de CPI, com o mesmo objetivo e assinado por deputados do PL ao PT, foi protocolado na terça-feira (21).
Por todo o país, tem havido protestos contra os cancelamentos de milhares de contratos coletivos por adesão que atendiam, entre outros beneficiários, crianças autistas, idosos e pessoas com doenças raras. A movimentação foi impulsionada pela decisão da Amil — quarta maior operadora de saúde do Brasil, com mais de 3,1 milhões de clientes — de cancelar cerca de 30 mil contratos.
“É inadmissível a gente ver mães atípicas sofrerem pagando os planos de saúde e verem seus planos cancelados no momento em que mais precisam”, declarou o deputado.