A 55ª Promotoria Eleitoral denunciou, nesta terça-feira (24), o candidato a prefeito de Maricá pelo PL, Fabinho Sapo, por constranger e humilhar sua vice, Luana Gouvea, e a candidata a vereadora pelo PL, Ingrid Menendes, com menosprezo ou discriminação devido à sua condição de mulher. A denúncia do foi encaminhada à 55ª Zona Eleitoral de Maricá.
Segundo a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE), Fabinho humilhou sua vice em dois episódios, ambos no dia 2 de setembro. No primeiro, o candidato, após ser questionado sobre a forma como conduzia a campanha por Luana, insultou a companheira de chapa e, em tom exaltado, afirmou que se ela não estivesse satisfeita poderia desistir. Após pedir desculpas, foi perguntado sobre a ausência da fotografia da candidata no material gráfico de campanha, e respondeu que Luana era “fútil e vaidosa”, e afirmou que não tratava nem a própria esposa com “cautelas no falar” e que “não trataria mulher de rua assim”.
Candidato do PL em Maricá também agrediu a vice
Ainda de acordo com o documento encaminhado à Justiça, uma semana depois, no comitê do PL de Maricá, durante reunião das mulheres do partido, Fabinho compareceu ao encontro depois de afirmar que só participaria se a candidata a vereadora Ingrid Menendes não estivesse no local.
Ao ser interpelado por ela, Fábio a ignorou, se portando como se a candidata não estivesse no local, de forma a constrangê-la e humilhá-la na frente dos demais integrantes do partido.
A denúncia foi encaminhada ao Juízo acompanhada de um vídeo, referente à reunião do partido, de um áudio gravado pelo denunciado em que desqualifica as mulheres do PL, além de depoimentos formalizados ao MPE e “prints” de conversas veiculadas em aplicativos de mensagem.
“O candidato tem revelado seu menosprezo às mulheres do partido, as desqualificando como participantes da política, constrangendo-as e humilhando-as, dificultando sua participação da campanha eleitoral ao agir com violência psicológica e emocional, seja ao falar agressivamente, usar ‘tratamento de silêncio’ ou dirigir a violência física a objetos, circunstâncias que têm desestabilizado as candidatas e embaraçado o exercício de seus direitos políticos”, diz um dos trechos da denúncia.
Em caso de condenação por violar o artigo 326-B do Código Eleitoral, Fabinho Sapo pode pegar de três a 12 anos de prisão, no caso de pena máxima, além do pagamento de multa por danos morais causados às candidatas.