O vice-presidente da Assembleia Legislativa, Pedro Brazão (União) disse que encerrou os trabalhos imediatamente após a abertura da sessão da última terça-feira (30), “com o intuito de evitar qualquer tipo de desentendimento institucional entre o Legislativo e o Executivo”.
O governador Cláudio Castro (PL) não estava nada satisfeito com a publicação, na véspera, do requerimento para a instalação da CPI da Transparência, com o objetivo de investigar os processos postos em sigilo pelo governo do estado — assinado por 54 deputados, a maioria integrante da base. Pressionados, alguns parlamentares quiseram retirar o apoio à criação da CPI — mas o regimento interno não permite que a manobra seja feita depois da publicação.
Brazão disse ainda que a sua ação não configurou qualquer irregularidade de acordo com as disposições legais do regimento interno. E que o encerramento imediato da sessão também forneceu mais tempo para o diálogo entre os parlamentares até a sessão agendada para a próxima terça-feira (7), que contará com mais informações e que será presidida pelo presidente da casa, Rodrigo Bacellar (União).
“O parlamento é plural e por isso o diálogo é a base para o entendimento.Meu mandato é participativo. É preciso ouvir sempre antes de agir”, justificou.
Um velho especialista em regimento, porém, não concorda e diz que a ação foi, sim, irregular.
“Só quem pode suspender a ordem do dia é o plenário. Quem tem que pedir a suspensão é um deputado. Aí, o presidente, se acatar, submete à votação”, explica.