Em discurso no ato convocado na Avenida Paulista nste domingo (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou ter planejado dar um golpe de Estado, disse que é perseguido e tem sofrido com “abuso de poder por parte de alguns” e pediu anistia aos presos pelos atos de invasão às sedes dos Poderes no 8 de janeiro.
A uma multidão de apoiadores, o ex-presidente iniciou o discurso lembrando da facada na campanha de 2018 e disse que o abuso de poder que ele sofre representa insegurança para todos. Após uso de palavras-chaves habituais, como de que “não querem o comunismo, socialismo e ideologia de gênero”, Bolsonaro minimizou a investigação por tentativa de golpe.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Agora, o golpe é por que tem uma minuta do decreto de estado de defesa? Tenha paciência”, criticou, dizendo ainda que buscava passar borracha no passado. “Pedimos anistia aos pobres coitados presos no 8 de janeiro. Temos muitos órfãos de pais vivos”, apelou Bolsonaro.
A manifestação ocorre após duas operações da Polícia Federal, nos últimos 45 dias, uma sobre uso indevido da Abin para investigar opositores durante seu governo e outra sobre tentativa de golpe de Estado.
Antes da fala de Bolsonaro, o pastor Sila Malafaia, um dos organizadores do ato, chegou a dizer que era uma honra correr o risco de ser preso por defender Bolsonaro. Ele foi o único a fazer críticas diretas aos ministros do Supremo.
A manifestação estava marcada para as 15h, mas os apoiadores começaram a chegar por volta das 9h. Por estar proibido de ter contato com Bolsonaro por causa da investigação, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, passou pelo evento no início da tarde. Bolsonaro só chegou por volta das 14h40, acompanhado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e discursou após oração de Michelle Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia.
Deputados federais e estaduais do Rio, como Carlos Jordy, Altineu Cortes, Anderson Moraes, índia Armelau, Márcio Gualberto, Thiago Gagliasso e Douglas Ruas estiveram presentes e fizeram a cobertura através de suas redes sociais. O governador Cláudio Castro não compareceu, porque está viajando para Portugal.
Seguindo a recomendação do ex-presidente, os apoiadores evitaram levar cartazes com ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao ministro Alexandre de Moraes.