Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que o índice de roubos a ônibus nos arredores da Rodoviária do Rio subiu mais de 152% entre janeiro de 2023 e janeiro de 2024. A área analisada inclui os bairros de São Cristóvão e Caju, que são acessos à Avenida Brasil e à Ponte Rio-Niterói.
Segundo a pesquisa do ISP, os assaltos a ônibus na área saltaram de 17 ocorrências, em janeiro do ano passado, para 43 neste ano. Na terça-feira (12), um ônibus da viação Sampaio, que iria para Juiz de Fora (MG), foi sequestrado e 16 pessoas ficaram reféns, outras duas foram baleadas.
A violência do local gerou cobranças por parte do Sindicato dos Rodoviários do Rio. O presidente da associação, Sebastião José, afirma que a cobrança das autoridades é uma demanda antiga do setor. O presidente reinvindica um esquema de segurança similiar aos dos aeroportos, em razão da escalada de violência nos ônibus, que, segundo ele “Já era corriqueira no transporte público municipal, principalmente em áreas onde o poder paralelo tomou conta, e agora, está começando a acontecer também nos interestaduais”.
O Sindicato dos Rodoviários de Niterói e Arraial do Cabo (Sintronac) pedem o aumento da segurança nos veículos intermunicipais, especialmente nas redondezas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (INTO), apontado como o principal local de atuação dos assaltantes.
Câmara cobra administração da Novo Rio
A Comissão de Transportes da Câmara dos Vereadores do Rio enviou, nesta sexta-feira (15), um ofício pedindo explicações à autoridades de segurança pública e administração da Novo Rio após o sequestro de terça. O prazo de resposta à solicitação da Câmara é de 30 dias.
O documento solicita informações sobre o número de agentes de segurança contratados e a explicação pela não instalação dos detectores de metais e aparelhos de raio-x nos portões de embarque.
O presidente da Comissão, deputado Dionísio Lins (PP-RJ), acredita que a rodoviária seja a principal interessada em levar segurança aos passageiros, além da necessidade de instalação dos aparelhos: “Esses equipamentos, que já usados nos aeroportos, são responsáveis pela apreensão de armas e drogas, reduzindo ao mínimo a possibilidade de qualquer tipo de conflito em sua área interna”.
