Presidentes de partidos e montadores de nominatas dormem e acordam com as calculadoras nas mãos. No paraíso das fusões e federações, a eleição de 2026 terá dez partidos a menos que a de quatro anos antes. Ou seja, serão menos 710 candidatos a deputado estadual.
Outros 470 aspiras a uma vaguinha na Câmara dos Deputados, em Brasília, também vão sobrar — porque não haverá lugar para todo mundo nas legendas aptas a participarem da disputa.
Tudo bem que o quociente eleitoral não deve variar muito. Mas, com menos candidatos e mais ou menos o mesmo número de votos válidos, as chances são maiores para quem é mais conhecido.
E para tem mais estrutura (leia-se recursos e cargos públicos, ops! cabos eleitorais) para brigar pelo eleitor.
Uma nominata bem estruturada será a chave da eleição de 2026
Os magos das nominatas estão mais valorizados do que nunca.
Porque jamais terá sido tão difícil montar a equação “cabeça, corpo e rabo” da lista de candidatos. Para não conhece a expressão, trata-se de ter, na cabeça, os puxadores, aqueles que têm um caminhão de votos. No corpo da nominata, uma galera que não faz feio nas urnas, mas sabe que não vai se eleger, só ajudar o partido a conquistar mais cadeiras. E o rabo é formado por candidatos com poucos votos, mas que são necessários para fechar as contas — e para cumprir as obrigações ditadas pela Justiça Eleitoral.
“Os partidos terão que ser mais criteriosos para escolher a sua seleção intergaláctica para a eleição de 2026. E muitos terão grandes dificuldades nesta nova configuração. Imagine a federação PP/União, que só pode ter 47 candidatos a deputado federal? Vai ser difícil para eles fazerem a chapa com cabeça, corpo e rabo”, analisa o presidente de um partido grande no estado.
Momentinho Tribalistas
Os gigantões têm a vantagem da manutenção da regra do 80/20. Segundo a norma, o partido tem que obter mais de 80% do quociente eleitoral. E, para se eleger, o candidato precisa de mais de 20%.
Quase um ano antes do início oficial da campanha, o quebra-cabeças já começou a ser montado para a eleição de 2026.
E, tal como já pregavam os Tribalistas no início dos anos 2000, ninguém é de ninguém — e todo mundo anda conversando com todo mundo.