O Sindicato dos Profissionais da Educação da Região dos Lagos (Sepe Lagos) promove um protesto, nesta terça-feira (27), em frente à Prefeitura de Cabo Frio. Os servidores da rede pública de ensino da cidade marcaram uma paralisação de 24 horas, pelo cumprimento de uma série de reivindicações — entre elas, a recomposição salarial.
Sindicato diz que negociações estão paradas
Segundo o Sepe, desde 3 de janeiro deste ano foram enviados vários ofícios solicitando uma audiência com o prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), para tratar das demandas da educação — mas todos foram ignorados. A entidade afirma que o secretário de Educação, Alfredo Gonçalves, recebeu representantes do sindicato apenas uma vez, em março, e não deu retorno sobre as pautas apresentadas.
O sindicato disse ainda que houve pressão contra a greve.
“Lembramos a todos: no Brasil, greve não é falta injustificada — é um direito constitucional”, afirmou o Sepe Lagos nas redes sociais.
O que diz o prefeito de Cabo Frio
Na noite desta segunda-feira (26), véspera da paralisação, o prefeito Dr. Serginho publicou um vídeo nas redes sociais afirmando que foi informado sobre a greve. No pronunciamento, ele disse que, embora respeite os profissionais, uma paralisação neste momento “não se justifica”. Serginho lembrou as difíceis condições financeiras de Cabo Frio.
“Pegamos uma cidade quebrada, mas estamos pagando todos os salários em dia, até de forma antecipada. Inclusive, o salário deste mês estará na conta depois de amanhã. Respeito os profissionais da educação e estou avaliando, com responsabilidade, a questão do piso e do reajuste. Mas, convenhamos, neste momento, uma paralisação não se justifica”, declarou.
Reivindicações da categoria
Entre as principais reivindicações dos profissionais da educação estão a recomposição salarial — já que a categoria afirma estar há três anos sem reajuste — e o pagamento do Piso Nacional do Magistério, que, segundo eles, não está sendo cumprido pela Prefeitura de Cabo Frio.
Eles também exigem a implementação de um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), unificado para toda a Educação, o fim dos salários abaixo do mínimo, a regularização dos enquadramentos, triênios, resíduos e o pagamento de salários atrasados. Outra demanda é a garantia de isonomia salarial entre servidores concursados e contratados, além da convocação e posse dos aprovados em concurso público.
O sindicato cobra ainda a correta aplicação do terço da jornada para atividades extraclasse, a contratação de mais profissionais para suprir a carência de pessoal nas unidades escolares, melhorias infraestrutura das escolas, segurança no transporte escolar e a realização de uma auditoria sobre o desvio de R$ 100 milhões da educação na gestão anterior, de Magdala Furtado (PV), com responsabilização, prisão e confisco dos bens dos envolvidos.