ATUALIZAÇÃO 18/05, às 15h.
A secretária de Meio Ambiente e Clima do Rio, Tainá de Paula (PT), anunciou em suas redes sociais que a Iguá — concessionária de tratamento de esgoto, apontada como responsável pela mancha escura que tingiu parte do mar da Barra da Tijuca nos últimos dias — foi multada em mais de R$ 5 milhões pela prefeitura nesta semana.
De acordo com a secretaria, a multa é referente um caso de 2024. Na ocasião, a empresa foi responsabilizada após o maior lago do Bosque da Barra secar durante intervenções na Estação de Tratamento de Esgotos do bairro da Zona Oeste.
“A gente vai continuar multando, a gente vai continuar autuando essa empresa, até que o Bosque da Barra e todo seu complexo de Lagoas esteja recuperado”, diz trecho do vídeo da secretária.
No caso da mancha escura no mar da orla da Barra da Tijuca, embora a patrulha ambiental da prefeitura esteja acompanhando a situação, o órgão responsável pela fiscalização é o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Ou seja, caberia somente ao estado aplicar novas multas.
A mancha
A mancha escura surgiu na última quarta-feira (14), no Canal da Joatinga, na altura do Quebra-Mar. Segundo o Inea, o fenômeno é provocado pela variação da maré que, geralmente, não prejudica a qualidade da água do mar nem traz riscos à saúde de banhistas.
Com a vazante que trouxe matéria orgânica presente nas águas lagunares, e pela diferença de temperatura dessas águas com a do mar, a tonalidade da cor da água mudou. De acordo com o último boletim de balneabilidade divulgado pelo Inea, a região continua imprópria para banho.
O que diz a Iguá
A Iguá afirma que a mancha observada no mar é um fenômeno natural que não tem relação com a operação da rede coletora de esgoto da concessionária. Segundo a empresa, a mancha está relacionada a combinação de fatores meteorológicos, como a ocorrência de ressaca e a maré de sizígia.
Sobre o caso das Lagoas do Bosque da Barra, a empresa diz que só vai se manifestar nos fóruns cabíveis. E ressalta que, desde o ano passado, a cidade vem registrando índices de chuva abaixo do padrão histórico, reforçando um argumento de que a seca nos lagos artificiais está relacionada à estiagem.
“Desde o início dos questionamentos sobre o tema, a empresa vem atuando de forma colaborativa com os responsáveis pela gestão do Parque e demais autoridades ambientais, atendendo a todas as solicitações realizadas para mitigar os efeitos da seca nos alagados artificiais”, diz trecho da nota.