O bebê reborn pode virar pauta na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Depois de a Câmara do Rio aprovar, em primeira discussão, o Dia da Cegonha Reborn — uma homenagem às artesãs responsáveis por confeccionar os bonecos hiper-realistas de recém-nascidos —, o deputado Rodrigo Amorim (PL) quer ir na contramão e discutir na Alerj se o hobby é, na verdade, um sintoma de adoecimento mental e se precisa de acompanhamento especializado.
O parlamentar protocolou um projeto de lei que institui um programa de saúde mental para os “adeptos” dos bebês reborns. De acordo com o texto, a proposta prevê uma parceria com ONGs, universidades entre outras instituições, com o objetivo de oferecer atendimento “às pessoas que se consideram mães e pais de bebês reborn, prevenindo o adoecimento, a depressão e o suicídio”.
“Infelizmente, a moléstia mental tem feito pessoas se debruçarem para o tal do bebê reborn, que é, sem dúvida nenhuma, um transtorno mental e que deve ser tratado e encarado pelo poder público. Não é possível que crianças de verdade estejam sendo trocadas no afeto, no carinho, no entendimento como sociedade”, disse o parlamentar, que também acredita que o vínculo também pode ser uma espécie de “transtorno espiritual”.
A nova onda dos bebês reborn
Os “bebês reborn” imitam características de crianças reais, como textura de pele, cabelo e até o peso. As bonecas, que viralizaram recentemente nas redes sociais, chegam a custar até R$ 10 mil reais, a depender do material de fabricação. Quanto mais realista, mais caro sai para “adotar” a sua reborn.
Nas redes, influenciadores compartilham as rotinas com as bonecas, e reproduzem cuidados maternos como troca de fraldas, colocar para dormir e até levar para o hospital. De acordo com o projeto de lei, apesar de parecer um hábito inofensivo, ou mesmo um instrumento de apoio e conforto emocional para pessoas que enfrentam experiências de luto e trauma emocional, o apego ao objeto pode ser um pedido de socorro.
O projeto ainda passará pelas comissões temáticas da Alerj, onde será avaliada a sua viabilidade e impacto para o estado.