A eleição para a direção do Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais conhecido como Farmanguinhos, promete ser acirrada. Três candidatos estão na disputa para a direção da unidade, que acontecerá nos dias 15 e 16 de maio. E a principal bandeira da oposição é um suposto subaproveitamento da capacidade de produção da unidade, além de uma crítica à terceirização.
Elda Falgueto e Silvia Santos são candidatas ligadas à atual gestão; já Marcelo Pereira representa um grupo de oposição. De acordo com a campanha oposicionista, Farmanguinhos tem capacidade para produzir até 6 bilhões anuais de comprimidos, mas só fornece 700 milhões. E aponta ainda que 50% é produzido internamente e o restante terceirizado. A Fiocruz, no entanto, nega.
A chapa ainda defende que, mesmo que Farmanguinhos conte hoje com 1100 funcionários, somente 170 têm direito a voto, já que os demais são terceirizados.
Medicamentos da Fiocruz sob disputa
O Farmanguinhos possui entre suas principais atividades o desenvolvimento e produção de medicamentos para o combate de doenças endêmicas como a malária e tuberculose, agentes imunossupressores para a prevenção de rejeição de transplantes e no tratamento das doenças autoimunes e antirretrovirais para tratamento da Aids. Além da formação e treinamento de cientistas e técnicos especializados no desenvolvimento e pesquisa de fármacos e medicamentos.
De acordo com Marcelo Pereira, representante da oposição, é preciso que o Farmanguinhos busque ampliar a produção de medicamentos dentro da unidade. A chapa defende que, para alcançar o progresso institucional, é fundamental a ampliação da produção de medicamentos para atender as demandas do Sistema Único de Saúde (SUS), além de internalizar a produção terceirizada.
Em nota ao TEMPO REAL, o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fiocruz negou que o percentual produzido externamente seja terceirizado. E diz que os medicamentos citados são frutos de acordos de parcerias nacionais e internacionais.
“Refere-se aos [medicamentos] que ocorrem por transferência reversa: processo em que a produção se inicia pelas etapas finais e, gradualmente, é internalizada. Por isso, atualmente, parte do fornecimento conta com estes medicamentos produzidos pelos parceiros e que passam pelo acompanhamento de diversas áreas da instituição, como desenvolvimento tecnológico, produção, controle de qualidade, logística e importação”, diz trecho da nota.
O Instituto não se manifestou sobre a estimativa de potencial de produção de até 6 bilhões anuais de comprimidos.