Voltado para o universo do autismo e do TDAH, o site Coletivamente está completando dois anos de atuação. Totalmente gratuita e colaborativa, a plataforma se propõe a ser um canal de discussões acerca dos dois temas, com contribuição de pacientes, familiares, profissionais ligados aos segmentos e público em geral. Desde que foi lançado, o site já registrou mais de 40 mil acessos, vindos de 17 mil usuários diferentes.
“É uma ferramenta que serve para quebrar preconceitos e melhorar a qualidade da informação acerca de duas condições neurológicas que afetam muita gente, o autismo e o TDAH. E ambas sempre viveram sob muitos estigmas”, conta o jornalista Marlon Brum, curador e editor do Coletivamente.
Atualmente, o site, uma iniciativa do Grupo Sinergia Educação, já agrega cerca de 80 colaboradores. Alguns deles, referência no mundo do autismo, como os psiquiatras e pesquisadores brasileiros Alysson Muotri e Carlos Gadia, ambos radicados nos Estados Unidos. A atualização de conteúdo é diária, com textos, vídeos, ensaios, charges, palestras e muitas experiências vividas por pessoas que se encontram no espectro autista.
“Quanto mais falarmos sobre o autismo, com informação relevante, experimentos científicos, abordagens sérias e comprometidas, vivência de especialistas e pacientes, ganharemos todos. Hoje em dia há uma carência muito grande de fóruns adequados e pertinentes para este tipo de discussão”, comemora Alysson Muotri, um dos maiores nomes do universo do autismo no mundo, atuando hoje na Califórnia.
Estima-se que haja atualmente no mundo cerca de 80 milhões de pessoas dentro do espectro autista. No Brasil, esse número chega a dois milhões de indivíduos. Ao contrário do que se possa imaginar, ele não deve ser encarado como uma doença. As manifestações clínicas do autismo, um transtorno que afeta a comunicação e a sociabilidade, começam geralmente nos primeiros anos de vida. Já o TDAH manifesta-se geralmente por uma dificuldade de concentração e pela hiperatividade.