O deputado estadual Renato Machado (PT), definitivamente, não anda em sua melhor fase. A Justiça aceitou, no último dia 12 de setembro, a denúncia pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Renato foi denunciado, nesta segunda-feira (23) como mandante do assassinato do jornalista Robson Giorno, dono do jornal “O Maricá”, em 2019.
O processo do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público estadual (Gaeco) foi recebido pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, e coroa uma investigação instaurada para apurar desvio de recursos do Município de Maricá. Renato e seu primo Reginaldo Machado já são réus na esfera cível, pelos mesmos fatos.
Em junho de 2024, o Gaeco ajuizou ação civil pública contra os dois, por improbidade administrativa. Na época, a pedido do MPRJ, a 2ª Vara Cível de Maricá determinou o bloqueio de R$ 150 mil de Renato e R$ 486.474,51 de Reginaldo.
Renato Machado teria superfaturado terrenos
De acordo com as investigações, no período em que era presidente da Somar (autarquia da Prefeitura de Maricá destinada a serviços de obras), Renato capitaneou a aquisição de um imóvel pelo município, por preço superior ao valor de mercado. O imóvel em questão pertencia a Reginaldo. Os fatos ocorreram em abril de 2021.
As investigações apontam que o município pagou R$ 1.136.474,51 por um imóvel que, cerca de dois meses antes, fora avaliado em R$ 500 mil para fins tributários. A inicial revela que o imóvel obteve uma valorização de aproximadamente 227%, sem qualquer fundamento.
O Município de Maricá pagou, injustificadamente, R$ 636.474,51, soma correspondente a um “sobrepreço” estabelecido pela dupla. Também foi revelado que, pouco depois da desapropriação, Reginaldo sacou R$ 150 mil em espécie e que, ao longo do ano, houve o retorno de valores em espécie para Renato.