Entre os chopes e drinques do Rock in Rio, a esmagadora maioria dos deputados estaduais ficou mesmo com a canja de galinha. Pouquíssimos nobres estiveram no espaço vip do vip do governo do estado. No domingo (22), por exemplo, praticamente só os deputados que estão licenciados, e ocupam cargos no primeiro escalão do governo, dividiram o camarote com a primeira-dama Analine Castro.
Dos habitantes da sede do Largo da Carioca, apenas Jorge Felippe Neto (Avante) — bem mais próximo do Palácio Guanabara do que da cúpula do parlamento — deu o ar de sua graça. Em tempos de queda de braço entre Legislativo e Executivo, o melhor posicionamento parece ter sido o da cautela.
O vice-governador Thiago Pampolha (MDB) — rompido com o governador Cláudio Castro (PL) — e o ex-secretário de Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros Leandro Monteiro — recentemente demitido — não foram convidados pelo governo do estado. E olha que o Palácio teve direito a levar cem abençoados por noite. Mas atenderam ao aceno do coordenador de Promoção de Eventos da prefeitura, Bernardo Fellows.
Uma vez instalados no festival, até foram abordados por uma moça do cerimonial do estado. Ela disse levar um convite da primeira-dama — para irem até o cercadinho do governo. Pampolha agradeceu. Mas manteve os dois pés do lado de fora, na grande área vip dos patrocinadores, fornecedores e organizadores do festival.
O que o Rock in Rio une…
Foi nesta área, aliás, que o vice-governador e o ex-secretário encontraram alguns explosivos coleguinhas da política, como o deputado estadual Filippe Poubel e o candidato a prefeito do Rio pelo União Brasil, Rodrigo Amorim — dois dos mais ferrenhos críticos do governo Castro.
Para quem sabe ler o tabuleiro da disputa política, uma foto basta.
Em tempo: Paes e Castro não prestigiaram a noite de despedida do Rock in Rio, nem há registro de que tenham se encontrado pelos corredores. Agora, só em 2026 — ops, sem trocadilho ou segundas intenções.